Esta é uma história onde o amor não venceu, um conto de fadas onde ninguém viveu feliz para sempre.
A história começa assim:
A história começa assim:
Um dia, um jovem cavaleiro, sem posses nem linhagem, chegou ao Castelo de Bragança à procura de fama e glória, o que naquela altura significava encontrar um senhor a quem servir.
Nesse tempo morava também no Castelo um nobre autoritário, que ninguém ousava desobedecer. Este, nunca tinha casado nem gerado descendentes directos, por isso vivia com uma sobrinha, à qual dava um tratamento digno de uma filha.
Não foram precisos muitos dias para que a Princesa e o pobre cavaleiro se apaixonassem loucamente e também para que percebessem que o seu amor seria algo impossível devido as regras sociais do tempo.
Ela era herdeira de várias terras de Bragança, e ele não tinha onde cair morto.
Mas o cavaleiro não se conformou com a ideia de abandonar o seu amor e decidiu fazer nome, e ir para guerra para que fosse reconhecido pelo seu prestigio e assim, poder ter como prémio, a mão da Princesa.
Na noite anterior à sua partida, o jovem foi ter com a sua amada, e os dois fizeram um pacto de fidelidade, no qual a jovem acreditava que, se não o cumprisse lhe traria desonra e infortúnio para o resto dos seus dias. Então a rapariga esperou semanas, meses, e até anos, na verdade, 10 anos, e durante todo esse tempo, quase não houve um único dia em que a Princesa não recebesse à sua porta pretendentes dispostos a casar com ela, mas a todos ela recusou a generosa oferta de felicidade eterna.
O tio começava a ficar preocupado e decidiu ir ter com ela para esclarecer o assunto.
- Boa tarde minha querida filha.
- Boa tarde senhor meu tio. - Responde ela beijando-lhe a mão
- Venho saber o que se passa convosco, pois recusais a mão de todos os cavaleiros que aqui aparecem com as melhores intenções para ti...
- Meu tio, há 10 anos passou por aqui um cavaleiro sem dinheiro e sem nome... nem deve recordar-se dele pois não era homem em que pudesse reparar. Mas a verdade é que nos amámos, aqui neste mesmo jardim. Sabendo que vossemecê, meu tio, não nos dava a bênção, ele partiu para fazer nome...
- Louca! Que fareis se ele jamais voltar? Se ele for morto na guerra? Se ele vos esquecer, amar e casar com outra mulher? Diz-me, o que fareis?
A rapariga desatou a chorar desalmadamente.
Como era de prever, o nobre tinha ficado furioso com a atitude da sua sobrinha, mas por outro lado só queria o seu bem. De repente , veio-lhe à cabeça a resolução para o caso.
Assim nessa noite, já a lua ia alta, dirigiu-se aos aposentos da sobrinha com um lençol branco sobre a cabeça, como se de um fantasma se trata-se.
A rapariga que dormia profundamente, acordou com uma voz profunda que dizia:
- Lembras-te de mim? Estive aqui há 10 anos e desde então nos amamos e prometemos não esquecer, e honrar esse amor para todo o sempre. Acontece que morri e quero que te cases com o primeiro homem que vier aqui a Bragança pedir a tua mão, percebeste?
A rapariga não percebeu quase nada do que o suposto fantasma lhe dizia, apenas se lembrou de invocar Deus, como fazia sempre nos seus momentos de aflição.
Nesse momento uma luz sobrenatural irrompe pelo quarto adentro fazendo o falso fantasma recuar num pulo e depois fugir pelo corredor fora, não fosse a jovem perceber o que ali se estava a passar.
Infelizmente este tipo de historias de amor ainda acontecem, e estes problemas de hierarquia, é triste mas ainda é assim em vários cantos do nosso planeta. Uma Historia bonita mas muito triste.
ResponderEliminarGostei