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terça-feira, 14 de agosto de 2012

REBANHO SEM PASTOR

Para os lados de Penafiel, na aldeia de São Julião havia uma casa onde uma senhora morava sozinha.
      Durante toda a sua vida a velha passou uma vida descansada com noites de sono profundo.
Mas os dias pacíficos foram perturbados por um rebanho de ovelhas sem pastor que começou a rondar-lhe a porta.
      Segundo reza a história, o estranho cortejo aparecia sempre que a escuridão já era profunda, e a partir daí as noites da velha senhora deixaram de ser agradáveis como antes.


           Arreliada com aquele assunto, e questionando-se de onde vinham e para onde iam aquelas solitárias ovelhas, então foi pedir ajuda ao padre da freguesia.
O padre desvalorizou tal preocupação, dizendo:
- Isso é tudo fruto da sua imaginação. Vá-se embora, durma descansada e não pense mais nisso. Vai ver que o rebanho não torna a passar.
      A velha assim fez. Mas quando a noite chegou, enquanto acendia a lareira, ouviu bater à porta, algo que nunca antes acontecera, pois não vivia ninguém nas redondezas, mas pensando ser uma vizinha distante, mandou entrar a visita.
- Entre!
      Do lado de fora, responderam:
- Não Entro!
      Então a senhora intrigada e farta de tanto mistério, disse:
- Hás de dizer-me quem és.
      Assim que a velhota deu tal ordem, o inesperado visitante entrou mesmo e respondeu-lhe, apontando para as muitas ovelhas e carneiros que ficaram à porta.
- Eu sou o diabo maior dos infernos e estes são os meus diabos mais pequenos.


      A partir dessa noite, diz-se que lá para os lados de São Julião, que o diabo não largou mais aquela casa.
Nem mesmo quando a sua proprietária morreu, pois aparentemente sentia-se confortável entre aquelas quatro paredes. É por isso que na aldeia, ainda hoje, os habitantes se previnem de convidados indesejados, quando se ouve bater à porta, nunca se manda ninguém entrar sem perguntar primeiro quem é, pois nunca se sabe se o diabo pode querer mudar de casa.

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